Como foi o lançamento do livro que dá voz às madrastas no Brasil
Introdução
O lançamento do livro Novas Madrastas Além dos Rótulos, em Brasília, foi muito mais do que um evento literário. Ele marcou um ponto de virada na forma como olhamos para as madrastas no Brasil.
Setembro de 2025 ficará marcado como um mês de transformação. Além do Dia da Madrasta, no primeiro domingo do mês, celebramos juntas o nascimento de uma obra inédita, corajosa e profundamente necessária.
Este artigo é um registro desse dia tão especial, mas também um convite. Aliás, um convite para refletir sobre o papel das madrastas em nossa sociedade, para reconhecer sua força e, principalmente, para fazer parte desse movimento que rompe silêncios e ressignifica histórias.
O lançamento em Brasília
O dia 04 de setembro de 2025 ficará marcado na minha memória e na de todas que participaram. O lançamento em Brasília reuniu madrastas, familiares, colegas e amigos para celebrar não apenas um livro, mas uma causa. O clima era de encontro, pertencimento e emoção.
Não era apenas sobre colocar um livro nas mãos das pessoas. Era sobre colocar reconhecimento nas mãos das madrastas. Cada autógrafo, cada abraço, cada foto se transformava em um gesto de pertencimento.
As autoras que puderam comparecer viveram a emoção de segurar o livro que trazia sua própria história impressa. No entanto, nós celebramos também as que não estavam fisicamente presentes, mas que foram lembradas e honradas em cada fala.
Cada abraço, cada olhar e cada exemplar autografado confirmavam o quanto este projeto não é só meu, é nosso.
É das madrastas que cederam suas histórias, das que estavam ali presentes e também daquelas que ainda não sabem que não estão sozinhas nessa caminhada.
As fotos do evento mostram sorrisos, lágrimas e uma energia coletiva que é difícil colocar em palavras. Porque não foi apenas um lançamento, mas também um manifesto de visibilidade.
Por que escrever um livro sobre madrastas?
Durante séculos, a figura da madrasta foi reduzida ao estereótipo da vilã dos contos de fadas. Cruel, invejosa, sempre rival. Contudo, essa caricatura não corresponde à vida real.
Na prática, madrastas existem em milhões de lares brasileiros, por outro lado ainda enfrentam invisibilidade, solidão e falta de reconhecimento. São mulheres que amam, que cuidam, que erram, que aprendem, que tentam encontrar o seu lugar em famílias que já vêm com uma história antes delas.
Foi por isso que este livro nasceu: para dar voz às madrastas reais e além disso, para oferecer, a partir da psicologia, caminhos de compreensão e pertencimento.
Como nasceu o projeto
O Novas Madrastas Além dos Rótulos nasceu como um projeto coletivo e inédito. Eu e a Stephanie Pitta, da editora responsável pelo livro, assumimos a organização dessa obra. A ideia era ousada: reunir 14 madrastas para escreverem suas histórias em primeira pessoa.
Essas mulheres aceitaram abrir o coração e compartilhar seus relatos, expondo dores, desafios, descobertas e também conquistas. Depois de cada narrativa, eu entro como psicóloga especialista em famílias reconstituídas para comentar e oferecer reflexões clínicas, à luz da psicologia baseada em evidências.
O resultado é um livro que une emoção e ciência, experiência e análise profissional. Ele nasceu para dar voz e pertencimento às madrastas, e também para educar a sociedade a olhar para elas com mais empatia.
Portanto, criamos um registro vivo que nasceu para dar voz às madrastas além dos rótulos que a cultura insiste em sustentar.
O diferencial do livro
Não se trata de uma obra de autoajuda simplista, nem de um romance ficcional. É um livro que mistura vida real com interpretação clínica, algo ainda raro no Brasil quando falamos de madrastidade.
Cada capítulo traz duas camadas:
- a voz da madrasta, contada em primeira pessoa, com toda a força da experiência;
- o olhar clínico, que ajuda a compreender os sentimentos e as dinâmicas familiares a partir da psicologia.
Dessa forma, isso faz com que a obra seja, ao mesmo tempo, acolhedora e educativa. Madrastas se reconhecem, profissionais entendem melhor o fenômeno, e a sociedade tem a chance de rever preconceitos.
O que o leitor vai encontrar
Nesse ínterim e sem dar spoilers (pois, quero que você viva a experiência completa ao ler o livro), posso dizer que os relatos trazem questões como:
- o ciúme em relação à ex-parceira do marido,
- a solidão de quem não se sente reconhecida no esforço diário,
- os desafios de lidar com a rotina de filhos que não são seus,
- mas também histórias de amor, de vínculo e de pertencimento inesperado.
Uma das madrastas escreve:
“Aprendi que não preciso ser mãe para ser importante. Posso ser madrasta e ainda assim ser amor.”
Esse é apenas um exemplo do tom que permeia a obra: verdadeiro, humano e profundamente transformador
Um livro para toda família
Embora o título fale diretamente às madrastas, Novas Madrastas Além dos Rótulos é uma leitura essencial sobretudo para aqueles que fazem parte de uma família reconstituída, independente da posição.
- Para os homens, pais divorciados ou solteiros, o livro traz uma oportunidade de compreender melhor o lugar da parceira atual, reconhecendo as dificuldades, os limites e também a coragem que ela carrega ao assumir esse papel. É um convite à empatia e ao cuidado dentro da relação conjugal e parental.
- Para as mães, especialmente aquelas que já não estão mais no relacionamento conjugal, a obra oferece uma chance de enxergar a madrasta sob uma nova perspectiva: não como rival, mas principalmente como alguém que também se conecta com o filho. Entender essa dinâmica pode abrir espaço para menos hostilidade e mais cooperação, o que beneficia diretamente as crianças.
- Para os próprios filhos, adolescentes e adultos, os relatos ajudam a normalizar sentimentos ambíguos, mostrando que não há certo ou errado em sentir ciúmes, resistência ou até afeto pela madrasta. São experiências humanas que podem ser elaboradas com menos culpa e mais compreensão.
Em síntese, o livro não é apenas um presente para madrastas, mas um recurso valioso para toda a família. Ele convida cada membro a reconhecer a importância do outro e a construir vínculos mais saudáveis.
Momentos do lançamento
Um dos pontos mais emocionantes do lançamento foi ver as próprias autoras segurando a obra pronta em mãos. Na foto deste momento especial, estão: Stephanie Pitta (editora do livro), Inaiara Oliveira, Cláudia Rodrigues, eu, Simone Cardoso e Elisângela Souza,
Essas mulheres representaram todas as demais autoras que, mesmo não podendo comparecer presencialmente, foram celebradas por nós com carinho e reconhecimento. Cada história, cada página, estava ali presente e esse encontro se tornou uma verdadeira homenagem coletiva.
Durante o evento, muitos depoimentos surgiram espontaneamente. Algumas madrastas presentes compartilharam como foi ver sua história reconhecida em um livro. Outras falaram sobre a importância de finalmente terem um espaço de pertencimento.
Os autógrafos foram mais do que assinaturas: eram confirmações de que cada trajetória merece ser validada. Em cada dedicatória, eu escrevia com o coração a frase que resume a essência do projeto: “Eu vejo você. Sua história importa.”
O lançamento na mídia
O impacto do livro também reverberou fora do evento. Portais de notícias em Brasília deram destaque ao lançamento, reforçando a importância de falar sobre madrastas e famílias reconstituídas no cenário cultural e social da cidade.
Aqui você pode conferir algumas matérias:
- Roteirinho Brasília – Realease do Lançamento do Livro Novas Madrastas Além dos Rótulos
- Cultura Kids – Release do Lançamento do Livro Novas Madrastas Além dos Rótulos
- Imprensa Brasília – Lançamento do Livro Novas Madrastas Além dos Rótulos
Setembro: um marco para madrastas
Setembro já era simbólico por causa do Dia da Madrasta, criado em 2005 pela Associação das Madrastas e Enteados. Mas em 2025 ele ganhou um novo significado: foi o mês em que as madrastas ganharam um livro inteiro dedicado às suas vozes, suas dores e suas vitórias.
Esse lançamento não é apenas cultural, é também político e social: marca o início de uma mudança de narrativa.
Próximos passos: além do livro
O lançamento de Novas Madrastas Além dos Rótulos foi um marco, mas ele não é um ponto de chegada. É, na verdade, um ponto de partida.
O livro traz reconhecimento, voz e reflexão, mas eu sei, pela experiência clínica, que muitas madrastas saem da leitura com uma sensação clara: “Eu preciso de suporte. Preciso de alguém que me ajude a transformar essa consciência em prática.”
E é aqui que entram os próximos passos.
A importância de buscar ajuda especializada
A dinâmica da família reconstituída não é intuitiva. Nossa sociedade foi construída sobre o ideal da família nuclear – pai, mãe, filhos biológicos, e pouco se fala sobre os desafios que surgem quando o amor acontece depois do divórcio ou da viuvez.
Por isso, muitas madrastas acabam se sentindo sozinhas, sem referências, tentando reproduzir um modelo que não funciona para sua realidade. E, infelizmente, quando procuram profissionais de saúde ou de educação, muitas vezes encontram orientações desinformadas, que em vez de apoiar, aumentam a culpa e a frustração.
O preço de procurar ajuda com profissionais que não conhecem as especificidades da família reconstituída é alto:
- Casais que desistem cedo demais por não entender que o tempo de adaptação é mais longo.
- Crianças que carregam culpas e lealdades divididas.
- Madrastas que se sentem fracassadas quando, na verdade, só precisam de orientação adequada.
No Brasil, ainda são pouquíssimos os profissionais especializados nesse tema. E é justamente por isso que eu decidi criar caminhos de suporte contínuo.
O Método Nova: suporte em três pilares
O livro abre as portas da reflexão, mas o Método Nova é onde essa reflexão se transforma em ação. Ele foi desenhado a partir de três pilares fundamentais:
- Informação especializada e essencial
Madrastas não precisam de palpites soltos, mas de conhecimento confiável. No Método Nova, cada encontro parte de referências em psicologia baseada em evidências e da prática clínica com famílias reconstituídas. Essa informação evita improvisos e traz clareza para situações que antes pareciam confusas. - Encontros ao vivo e comunidade
O caminho não é feito sozinha. Por isso, o Método Nova oferece encontros ao vivo, onde há espaço para perguntas, trocas e partilhas. Além disso, a comunidade cria pertencimento: ao ouvir outras mulheres, cada madrasta percebe que não está sozinha e que suas dores fazem sentido. - Um passo a passo estruturado
Mais do que conteúdos soltos, o Método Nova segue um caminho organizado, que vai da nomeação dos sentimentos até a construção de novos padrões de convivência. É um processo que acompanha a madrasta em etapas, garantindo que cada passo seja dado no tempo certo, com segurança e consistência.
Esse tripé – conhecimento, comunidade e passo a passo – é o que torna o Método Nova diferente. Não é uma roda de desabafo, mas um processo transformador, que combina ciência, prática e acolhimento.
Um convite ao movimento
O livro é a porta de entrada. O Método Nova, as masterclasses que acontecem mensalmente e a Comunidade Conexão Novas Madrastas são a continuidade. Porque falar sobre madrastidade não pode ser só em setembro, precisa ser o ano inteiro, com suporte constante e com informação especializada.
Se você chegou até aqui, saiba que existem caminhos. O mais importante é não se contentar com o improviso. Famílias reconstituídas podem, sim, florescer, mas isso exige conhecimento, apoio e compromisso.
Conclusão
O lançamento de Novas Madrastas Além dos Rótulos foi um marco para mim como psicóloga, madrasta e autora, mas também para todas as mulheres que caminham comigo nessa mesma jornada e que querem ser reconhecidas além dos rótulos.
Se você esteve presente, sabe da emoção que vivemos. Se não pôde participar, ainda há tempo de fazer parte dessa história, garantindo o seu exemplar.
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Os 100 primeiros vão autografados por mim com muito amor!
Este livro é um presente para todas as madrastas que já se sentiram invisíveis. E é também um convite para que a sociedade inteira comece a olhar para elas com mais empatia, dignidade e respeito.
